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A Oficina de Poesia de 2011 será encerrada no dia 28 de novembro, com os seguintes eventos:
No Salão Nobre do 11º andar do Campus Maracanã da UERJ, terá lugar a palestra "Criação Literária", do escritor Evando Nascimento.
Na ocasião será projetado o vídeo arte do artista plástico Roberto Vieira da Cruz, e serão lançados os seguintes livros:
Cantos do mundo (contos), de Evando Nascimento;
Antonio Vieira 400 anos, org. por Ana Lúcia M. de Oliveira;
Literatura brasileira em foco IV: o eu e o outro (ensaios), de vários autores.
LOCAL:
28/11/2011, 18h. Salão Nobre, 11º andar UERJ, Campus Maracanã
Antonio Cicero: Oficina de poesia
Instituto de Letras - UERJ
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
Aula de 21 de novembro
PREZADOS ALUNOS,
Lamentavelmente, o taxi em eu que me dirigia à UERJ sofreu um acidente que, embora pequeno, foi suficiente para atrasar cerca de quarenta minutos a minha chegada à Universidade. Ao chegar, já não encontrei nenhum de vocês. Peço desculpas a todos, principalmente ao aluno que, segundo me disseram na secretaria, esperou até quase a minha chegada.
Abraços,
Antonio Cicero
Jimmy Mundy and Trummy Young and Johnny Mercer: Traveling light
Lamentavelmente, o taxi em eu que me dirigia à UERJ sofreu um acidente que, embora pequeno, foi suficiente para atrasar cerca de quarenta minutos a minha chegada à Universidade. Ao chegar, já não encontrei nenhum de vocês. Peço desculpas a todos, principalmente ao aluno que, segundo me disseram na secretaria, esperou até quase a minha chegada.
Abraços,
Antonio Cicero
Jimmy Mundy and Trummy Young and Johnny Mercer: Traveling light
Billy Holiday
I'm traveling light Eu viajo leve [luz a viajar]
Because my man has gone porque meu homem foi embora
So from now on então de agora em diante
I'm traveling light eu viajo leve
Because my man has gone porque meu homem foi embora
So from now on então de agora em diante
I'm traveling light eu viajo leve
He said goodbye ele disse até logo
And took my heart away e levou meu coração
So from today então de agora em diante
I'm traveling light eu viajo leve
No one to see Ninguém a procurar
I'm free as the breeze livre como a brisa
No one but me ninguém, só eu
And my memories e as memórias
And took my heart away e levou meu coração
So from today então de agora em diante
I'm traveling light eu viajo leve
No one to see Ninguém a procurar
I'm free as the breeze livre como a brisa
No one but me ninguém, só eu
And my memories e as memórias
Some lucky night numa noite de sorte
He may come back again quem sabe ele volta
So until then mas até lá
I'm traveling light eu viajo leve
No one to see ninguém a procurar
I'm free as the breese livre como a brisa
No one but me ninguém, só eu
And my memories e as memórias
He may come back again quem sabe ele volta
So until then mas até lá
I'm traveling light eu viajo leve
No one to see ninguém a procurar
I'm free as the breese livre como a brisa
No one but me ninguém, só eu
And my memories e as memórias
Some lucky night numa noite de sorte
He may come back again quem sabe ele volta
So until then mas até lá
I'm traveling light eu viajo leve
He may come back again quem sabe ele volta
So until then mas até lá
I'm traveling light eu viajo leve
Bill Carey e Carl Fisher: You’ve changed
Billy Holliday
You've changed Você mudou
That sparkle in your eyes is gone Aquele brilho nos seus olhos passou
Your smile is just a careless yawn Seu sorriso é quase um bocejo
You’re breaking my heart: Você me parte o coração
You’ve changed Você mudou
You've changed Você mudou
Your kisses now are so blasé Seus beijos ficaram tão blasés
You're bored with me in every way Você se cansou mesmo de mim
I can’t understand: Não consigo entender:
You’ve changed. Você mudou
You've forgotten the words Esqueceu as palavras
“I love you” “Eu te amo”
Each memory that we’ve shared Cada memória que era nossa
You ignore every star Você nem vê as estrelas
above you lá em cima
I can't realize Nem parece
you ever cared que você já me amou
You've changed Você mudou
You're not the angel I once knew Não é mais o anjo que conheci
No need to tell me that we're through Nem precisa dizer que acabou
It's all over now Está tudo acabado
You've changed Você mudou
You've forgotten the words Esqueceu as palavras “eu te amo”
“I love you” “Eu te amo”
Each memory that we’ve shared Cada memória que era nossa
You ignore every star above you Você nem vê as estrelas lá em cima
I can't realize you ever cared Nem parece que já me amou
You've changed Você mudou
You’re not the angel I once knew Não é mais o anjo que conheci
No need to tell me that we’re through Nem precisa dizer que acabou
It's all over now Tudo acabou
You've changed Você mudou
You've changed Você mudou
Adelino Moreira e Almeida Passos: Negue
Maria Bethania
Negue o seu amor e o seu carinho
Diga que você já me esqueceu
Pise machucando com jeitinho
Este coração que ainda é seu
Diga que meu pranto é covardia
Mas não se esqueça
Que você foi meu um dia
Diga que já não me quer
Negue que me pertenceu
Que eu mostro a boca molhada
E ainda marcada pelo beijo seu.
Diga que já não me quer
Negue que me pertenceu
Que eu mostro a boca molhada
E ainda marcada pelo beijo seu.
Negue o seu amor e o seu carinho
Diga que você já me esqueceu
Pise machucando com jeitinho
Este coração que ainda é seu
Diga que meu pranto é covardia
Mas não se esqueça
Que você foi meu um dia
Diga que já não me quer
Negue que me pertenceu
Que eu mostro a boca molhada
E ainda marcada pelo beijo seu.
Diga que já não me quer
Negue que me pertenceu
Que eu mostro a boca molhada
E ainda marcada pelo beijo seu.
Roberto Carlos e Erasmo Carlos: Você
Maria Bethania
Você, que tanto tempo faz,
Você que eu não conheço mais
Você, que um dia eu amei demais
Você, que ontem me sufocou
De amor e de felicidade
Hoje me sufoca de saudade
Você, que já não diz pra mim
As coisas que eu preciso ouvir
Você, que até hoje eu não esqueci
Você, que eu tento me enganar
Dizendo que tudo passou
Na realidade, aqui em mim
Você ficou
Você que eu não encontro mais
Os beijos que já não lhe dou
Fui tanto pra você
E hoje nada sou
Você que eu não conheço mais
Você, que um dia eu amei demais
Você, que ontem me sufocou
De amor e de felicidade
Hoje me sufoca de saudade
Você, que já não diz pra mim
As coisas que eu preciso ouvir
Você, que até hoje eu não esqueci
Você, que eu tento me enganar
Dizendo que tudo passou
Na realidade, aqui em mim
Você ficou
Você que eu não encontro mais
Os beijos que já não lhe dou
Fui tanto pra você
E hoje nada sou
Virgilio Exposito e Homero Exposito: Vete de mi
Bola de Nieve
Tú, que llenas todo de alegría y juventud
que ves fantasmas en las noches de trasluz,
y oyes el canto perfumado del azul
Vete de mi.
No te detengas a mirar las ramas viejas del rosal
que se marchitan sin dar flor
mira el paisaje del amor
que es la razon para soñar y amar
Yo, que ya he luchado contra toda la maldad
tengo las manos tan desechas de apretar
que no te puedo sujetar
Vete de mi
Seré en tu vida lo mejor, de la neblina del ayer
cuando me llegues a olvidar
como es mejor el verso aquél
que no podemos recordar
que ves fantasmas en las noches de trasluz,
y oyes el canto perfumado del azul
Vete de mi.
No te detengas a mirar las ramas viejas del rosal
que se marchitan sin dar flor
mira el paisaje del amor
que es la razon para soñar y amar
Yo, que ya he luchado contra toda la maldad
tengo las manos tan desechas de apretar
que no te puedo sujetar
Vete de mi
Seré en tu vida lo mejor, de la neblina del ayer
cuando me llegues a olvidar
como es mejor el verso aquél
que no podemos recordar
Bola de Nieve: Alma mía
Bola de Nieve
Alma mía sola, siempre sola,
sin que nadie comprenda tu sufrimiento,
tu horrible padecer;
fingiendo una existencia siempre llena
de dicha y de placer,
de dicha y de placer...
Si yo encontrara un alma como la mía,
cuantas cosas secretas le contaría,
un alma que al mirarme sin decir nada
me lo dijese todo con su mirada.
Un alma que embriagase con suave aliento,
que al besarme sintiera lo que yo siento,
y a veces me pregunto que pasaría
si yo encontrara un alma como la mía.
sin que nadie comprenda tu sufrimiento,
tu horrible padecer;
fingiendo una existencia siempre llena
de dicha y de placer,
de dicha y de placer...
Si yo encontrara un alma como la mía,
cuantas cosas secretas le contaría,
un alma que al mirarme sin decir nada
me lo dijese todo con su mirada.
Un alma que embriagase con suave aliento,
que al besarme sintiera lo que yo siento,
y a veces me pregunto que pasaría
si yo encontrara un alma como la mía.
Edmundo Otávio Ferreira e Catulo da Paixão Cearense: Talento e formosura
Vicente Celestino
Tu podes bem guardar os dons da formosura
Que o tempo, um dia, há de implacável trucidar
Tu podes bem viver ufana da ventura
Que a natureza, cegamente, quis te dar
Prossegue embora em flóreas sendas sempre ovante
De glórias cheia no teu sólio triunfante
Que antes que a morte vibre em ti funéreo golpe seu
A natureza irá roubando o que te deu
E quanto a mim, irei cantando o meu ideal de amor
Que é sempre novo no viçor da primavera
Na lira austera em que o Senhor me fez tão destro
Será meu estro só do que for imortal
Terei mais glória em conquistar com sentimento
Pensantes almas de valor e alto saber
E com amor e com pujança de talento
Fazer um bargo ternas lágrimas verter
Isto é mais nobre é mais sublime e edificante
Do que vencer um coração ignorante
Porque a beleza é só matéria e nada mais traduz
Mas o talento é só o espirito e só luz
Descantarei na minha lira as obras-primas do Criador
Uma color da flor desabrochando à luz do luar
O incenso d"água que nos olhos faz a mágoa rutilar
Uns olhos onde o amor tem seu altar
E o verde mar que se debruça n’alva areia a espumejar
E a noite que soluça e faz a lua soluçar
E a estrela d"alva e a estrela Vésper languescente
Bastam somente para os bardos inspirar
Mas quando a morte conduzir-te à sepultura
O teu supremo orgulho em pó reduzirá
E após a morte profanar-te a formosura
Dos teus encantos mais ninguém se lembrará
Mas quando Deus fechar meus olhos sonhadores
Serei lembrado pelos bardos trovadores
Que os versos meus hão de na lira em magos tons gemer
E eu, morto embora, nas canções hei de viver
Sílvio Caldas / Orestes Barbosa: Chão de Estrelas
Maria Bethania
Minha vida era um palco iluminado
Eu vivia vestido de dourado
– Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações...
Meu barracão no morro do Salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
– Foste a sonoridade que acabou
E hoje, quando do sol, a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher pomba-rola que voou...
Nossas roupas comuns dependuradas
Na corda, qual bandeiras agitadas
Pareciam um estranho festival!
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional.
A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua, furando o nosso zinco,
Salpicava de estrelas nosso chão...
Tu pisavas os astros, distraída,
Sem saber que a ventura desta vida
É a cabrocha, o luar e o violão
Manuel Bandeira: Tema e voltas
Mas para quê
Tanto sofrimento,
Se nos céus há o lento
Deslizar da noite?
Mas para quê
Tanto sofrimento,
Se lá fora o vento
É um canto na noite?
Mas para quê
Tanto sofrimento,
Se agora, ao relento,
Cheira a flor da noite?
Mas para quê
Tanto sofrimento,
Se o meu pensamento
É livre na noite?
Mas para quê
Tanto sofrimento,
Se nos céus há o lento
Deslizar da noite?
Mas para quê
Tanto sofrimento,
Se lá fora o vento
É um canto na noite?
Mas para quê
Tanto sofrimento,
Se agora, ao relento,
Cheira a flor da noite?
Mas para quê
Tanto sofrimento,
Se o meu pensamento
É livre na noite?
Vadico e Noel Rosa: Feitio de oração
Gal Costa
Quem acha vive se perdendo
Por isso agora eu vou me defendendo
Da dor tão cruel desta saudade
Que por infelicidade o meu pobre peito invade
Batuque é um privilégio
Ninguém aprende samba no colégio
Sambar é chorar de alegria
É sorrir de nostalgia dentro da melodia
Por isso agora lá na Penha eu vou mandar
Minha morena pra cantar com satisfação
E com harmonia essa triste melodia
Que é meu samba em feitio de oração
O samba na realidade
Não vem do morro nem lá da cidade
E quem suportar uma paixão
Sentirá que o samba então nasce no coração
Por isso agora eu vou me defendendo
Da dor tão cruel desta saudade
Que por infelicidade o meu pobre peito invade
Batuque é um privilégio
Ninguém aprende samba no colégio
Sambar é chorar de alegria
É sorrir de nostalgia dentro da melodia
Por isso agora lá na Penha eu vou mandar
Minha morena pra cantar com satisfação
E com harmonia essa triste melodia
Que é meu samba em feitio de oração
O samba na realidade
Não vem do morro nem lá da cidade
E quem suportar uma paixão
Sentirá que o samba então nasce no coração
Noel Rosa: Último desejo
Maria Bethania
Nosso amor que eu não esqueço,
e que teve o seu começo
Numa festa de São João
Morre hoje sem foguete,
Numa festa de São João
Morre hoje sem foguete,
sem retrato e sem bilhete,
sem luar, sem violão
Perto de você me calo,
sem luar, sem violão
Perto de você me calo,
tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar
Nunca mais quero o seu beijo
Tenho medo de chorar
Nunca mais quero o seu beijo
mas meu último desejo
você não pode negar
Se alguma pessoa amiga
você não pode negar
Se alguma pessoa amiga
pedir que você lhe diga
Se você me quer ou não,
Se você me quer ou não,
diga que você me adora
Que você lamenta e chora
Que você lamenta e chora
a nossa separação
Às pessoas que eu detesto
Às pessoas que eu detesto
diga sempre que eu não presto
Que meu lar é o botequim,
Que meu lar é o botequim,
que eu arruinei sua vida
Que eu não mereço a comida
Que eu não mereço a comida
que você pagou pra mim
André Filho e Noel Rosa: Filosofia
Paulinho da Viola
E ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber
Se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome
Mas a filosofia hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nessa prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim
Não me incomodo que você me diga
Que a sociedade é minha inimiga
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba
Muito embora vagabundo
Quanto a você da aristocracia
Que tem dinheiro
mas não compra alegria
Há de viver eternamente
Sendo escravo dessa gente
Que cultiva a hipocrisia
Noel Rosa: Palpite infeliz
João Gilberto
Quem é você que não sabe o que diz?
Meu Deus do Céu, que palpite infeliz!
Salve Estácio, Salgueiro, Mangueira,
Oswaldo Cruz e Matriz
Que sempre souberam muito bem
Que a Vila Não quer abafar ninguém,
Só quer mostrar que faz samba também
Fazer poema lá na Vila é um brinquedo
Ao som do samba dança até o arvoredo
Eu já chamei você pra ver
Você não viu porque não quis
Quem é você que não sabe o que diz?
A Vila é uma cidade independente
Que tira samba mas não quer tirar patente
Pra que ligar a quem não sabe
Aonde tem o seu nariz?
Quem é você que não sabe o que diz?
Meu Deus do Céu, que palpite infeliz!
Salve Estácio, Salgueiro, Mangueira,
Oswaldo Cruz e Matriz
Que sempre souberam muito bem
Que a Vila Não quer abafar ninguém,
Só quer mostrar que faz samba também
Fazer poema lá na Vila é um brinquedo
Ao som do samba dança até o arvoredo
Eu já chamei você pra ver
Você não viu porque não quis
Quem é você que não sabe o que diz?
A Vila é uma cidade independente
Que tira samba mas não quer tirar patente
Pra que ligar a quem não sabe
Aonde tem o seu nariz?
Quem é você que não sabe o que diz?
Dorival Caymmi: Maricotinha
Dorival Caymmi e Chico Buarque
Se fizer bom tempo amanhã
Se fizer bom tempo amanhã
Eu vou
Mas se por exemplo chover
Mas se por exemplo chover
Não vou!...(2x)
Diga a Maricotinha
Que eu mandei dizer
Que eu não tô
Não tô!
Não vou!
Não tô!
Não vou!
Se fizer bom tempo amanhã
Se fizer bom tempo amanhã
Eu vou!
Mas se por exemplo chover
Mas se por exemplo chover
Não vou!...
Uma chuvinha, redinha
Cotinha
Aí, piorou!
Nem tô!
Nem vou!
Nem tô!
Nem vou!
Se fizer bom tempo amanhã
Se fizer bom tempo amanhã
Eu vou!
Mas se por exemplo chover
Mas se por exemplo chover
Não vou!...
Diga a Maricotinha
Que eu mandei dizer
Que eu não tô, hum!
Não tô!
Não vou!
Não tô!
Não vou!
Se fizer bom tempo amanhã
Se fizer bom tempo amanhã
Eu vou!
Mas se por exemplo chover
Mas se por exemplo chover
Não vou!
Uma chuvinha, redinha
Cotinha
Aí, piorou! hum!
Nem tô!
Nem vou!
Nem tô! hum!
Nem vou!
Se fizer bom tempo amanhã
Se fizer bom tempo amanhã
Mas se por exemplo chover
Mas se por exemplo chover...(4x)
Se fizer bom tempo amanhã
Eu vou
Mas se por exemplo chover
Mas se por exemplo chover
Não vou!...(2x)
Diga a Maricotinha
Que eu mandei dizer
Que eu não tô
Não tô!
Não vou!
Não tô!
Não vou!
Se fizer bom tempo amanhã
Se fizer bom tempo amanhã
Eu vou!
Mas se por exemplo chover
Mas se por exemplo chover
Não vou!...
Uma chuvinha, redinha
Cotinha
Aí, piorou!
Nem tô!
Nem vou!
Nem tô!
Nem vou!
Se fizer bom tempo amanhã
Se fizer bom tempo amanhã
Eu vou!
Mas se por exemplo chover
Mas se por exemplo chover
Não vou!...
Diga a Maricotinha
Que eu mandei dizer
Que eu não tô, hum!
Não tô!
Não vou!
Não tô!
Não vou!
Se fizer bom tempo amanhã
Se fizer bom tempo amanhã
Eu vou!
Mas se por exemplo chover
Mas se por exemplo chover
Não vou!
Uma chuvinha, redinha
Cotinha
Aí, piorou! hum!
Nem tô!
Nem vou!
Nem tô! hum!
Nem vou!
Se fizer bom tempo amanhã
Se fizer bom tempo amanhã
Mas se por exemplo chover
Mas se por exemplo chover...(4x)
Edward C. Redding: The end of a love affair
Billy Holliday
So I walk / a little too fast Sim eu ando depressa demais
and I drive / a little too fast e dirijo depressa demais
and I’m reck / less its true, sem cuidado é verdade
and I’m reck / less its true, sem cuidado é verdade
but what else / can you do mas o que é que se faz
at the end / of a love affair? quando acaba um caso de amor?
So I talk / a little too much, Sim eu falo um pouco demais
So I talk / a little too much, Sim eu falo um pouco demais
and I laugh / a little too much e eu rio um pouco demais
and my voice / is too loud, e minha voz é alta demais
and my voice / is too loud, e minha voz é alta demais
when I’m out / in a crowd quando saio com os outros
so that people / are apt to stare e tem gente que olha
Do they know, / do they care, mas quem sabe, quem é que se importa
so that people / are apt to stare e tem gente que olha
Do they know, / do they care, mas quem sabe, quem é que se importa
that it’s only / that I’m lonely de saber que é só solidão
and low / as can be e uma fossa profunda demais
and the smile / on my face e o sorriso em meu rosto
and low / as can be e uma fossa profunda demais
and the smile / on my face e o sorriso em meu rosto
isn’t really / a smile at all. não é mesmo sorriso nenhum
So I smoke / a little too much, sim eu fumo um pouco demais
So I smoke / a little too much, sim eu fumo um pouco demais
and I drink / a little too much e eu bebo um pouco demais
And the tunes / I request e as canções que eu peço
And the tunes / I request e as canções que eu peço
are not always / the best nem sempre são boas
But the ones / where the trumpets blare. Mas é nelas que as trombetas soam
So I go / at a maddening pace, Vou assim num ritmo de louca
But the ones / where the trumpets blare. Mas é nelas que as trombetas soam
So I go / at a maddening pace, Vou assim num ritmo de louca
and I pretend / that its taking your place ponho coisas no lugar que era seu
But what else / can you do, mas o que é que se faz
at the end / of a love affair? quando acaba um caso de amor?
Antonio Carlos Jobim e Aloysio de Oliveira: Eu amo demais
Maysa
Todos acham que eu falo demais
E que eu ando bebendo demais
Que essa vida agitada
Não serve pra nada
Andar por aí
Bar em bar, bar em bar
E que eu ando bebendo demais
Que essa vida agitada
Não serve pra nada
Andar por aí
Bar em bar, bar em bar
Dizem até que ando rindo demais
E que eu conto anedotas demais
Que eu não largo o cigarro
E dirijo o meu carro
Correndo, chegando, no mesmo lugar
E que eu conto anedotas demais
Que eu não largo o cigarro
E dirijo o meu carro
Correndo, chegando, no mesmo lugar
Ninguém sabe é que isso acontece porque
Vou passar toda a vida esquecendo você
E a razão por que vivo esses dias banais
É porque ando triste, ando triste demais
Vou passar toda a vida esquecendo você
E a razão por que vivo esses dias banais
É porque ando triste, ando triste demais
E é por isso que eu falo demais
É por isso que eu bebo demais
E a razão porque vivo essa vida
Agitada demais
É porque meu amor por você é imenso demais
É por isso que eu bebo demais
E a razão porque vivo essa vida
Agitada demais
É porque meu amor por você é imenso demais
Tom Jobim e Newton Mendonça: Desafinado
João Gilberto
Se você disser que eu desafino, amor
Saiba que isso em mim provoca imensa dor
Só privilegiados
Têm ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que Deus me deu
Se você insiste em classificar
Meu comportamento de antimusical
Eu mesmo mentindo devo argumentar
Que isto é bossa-nova, isto é muito natural
O que você não sabe
Nem sequer pressente
É que os desafinados também têm um coração
Fotografei você na minha Rolley-flex
Revelou-se a sua enorme ingratidão
Só não poderá falar assim do meu amor
Este é o maior que você pode encontrar
Você com sua música esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados
No fundo do peito
Bate calado
No peito dos desafinados
Também bate um coração
Tom Jobim e Vinícius de Moraes: Chega de saudade
João Gilberto
Vai, minha tristeza,
e diz a ela que
e diz a ela que
sem ela não pode ser.
Diz-lhe, numa prece
que ela regresse,
Diz-lhe, numa prece
que ela regresse,
porque eu não posso
mais sofrer.
Chega de saudade,
a realidade, é que sem ela não há paz,
não há beleza, é só
tristeza e a melancolia
que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar
que coisa linda, que coisa louca,
pois há menos peixinhos a nadar no mar
do que os beijinhos que eu darei
na sua boca.
Dentro dos meus braços
os abraços hão de ser milhões de abraços,
apertado assim, colado assim, calado assim,
abraços e beijinhos, e carinhos sem ter fim,
que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim.
Não quero mais esse negócio de você viver sem mim
Chega de saudade,
a realidade, é que sem ela não há paz,
não há beleza, é só
tristeza e a melancolia
que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar
que coisa linda, que coisa louca,
pois há menos peixinhos a nadar no mar
do que os beijinhos que eu darei
na sua boca.
Dentro dos meus braços
os abraços hão de ser milhões de abraços,
apertado assim, colado assim, calado assim,
abraços e beijinhos, e carinhos sem ter fim,
que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim.
Não quero mais esse negócio de você viver sem mim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim.
Roberto Carlos e Erasmo Carlos: Detalhes
Roberto Carlos
Não adianta nem tentar
me esquecer
Durante muito tempo em sua vida
eu vou viver
me esquecer
Durante muito tempo em sua vida
eu vou viver
Detalhes tão pequenos de nós dois são coisas muito grandes
e a toda hora vão estar presentes
Você vai ver
Você vai ver
Se um outro cabeludo aparecer
na sua rua
e isto lhe trouxer saudades minhas
a culpa é sua
e isto lhe trouxer saudades minhas
a culpa é sua
O ronco barulhento do seu carro
A velha calça desbotada ou coisa assim
A velha calça desbotada ou coisa assim
Imediatamente você vai
Lembrar de mim
Lembrar de mim
Eu sei que um outro deve estar falando
ao seu ouvido
palavras de amor como eu falei
mas eu duvido
ao seu ouvido
palavras de amor como eu falei
mas eu duvido
Duvido que ele tenha tanto amor
E até os erros do meu português ruim
E até os erros do meu português ruim
E nessa hora você vai
lembrar de mim...
À noite, envolvida no silêncio
do seu quarto
antes de dormir você procura
o meu retrato
antes de dormir você procura
o meu retrato
mas da moldura não sou eu quem lhe sorri
mas você vê o meu sorriso mesmo assim
e tudo isso vai fazer você
lembrar de mim...
Se alguém tocar seu corpo como eu
não diga nada
Não vá dizer meu nome sem querer
à pessoa errada
não diga nada
Não vá dizer meu nome sem querer
à pessoa errada
Pensando ter amor nesse momento
desesperada você tenta até o fim
mas até nesse momento você vai
lembrar de mim
desesperada você tenta até o fim
mas até nesse momento você vai
lembrar de mim
Eu sei que esses detalhes vão sumir
na longa estrada
do tempo que transforma todo amor
em quase nada
mas "quase"
também é mais um detalhe
Um grande amor não vai morrer assim
Por isso de vez em quando você vai
lembrar de mim
Não adianta nem tentar
me esquecer
Durante muito muito tempo em sua vida
eu vou viver
Não adianta nem tentar
me esquecer
me esquecer
Durante muito muito tempo em sua vida
eu vou viver
Não adianta nem tentar
me esquecer
Caetano Veloso: Alegria Alegria
Caetano Veloso
Caminhando contra o vento
sem lenço e sem documento
no sol de quase dezembro
eu vou
sem lenço e sem documento
no sol de quase dezembro
eu vou
O sol se reparte em crimes
espaçonaves, guerrilhas
em cardinales bonitas
eu vou
espaçonaves, guerrilhas
em cardinales bonitas
eu vou
em caras de presidentes
em grandes beijos de amor
em dentes, pernas, bandeiras
bomba e Brigitte Bardot
em grandes beijos de amor
em dentes, pernas, bandeiras
bomba e Brigitte Bardot
O sol nas bancas de revista
me enche de alegria e preguiça
quem lê tanta notícia
eu vou
me enche de alegria e preguiça
quem lê tanta notícia
eu vou
por entre fotos e nomes
os olhos cheios de cores
o peito cheio de amores
os olhos cheios de cores
o peito cheio de amores
vãos
eu vou
eu vou
Por que não
por que não
Ela pensa em casamento
e eu nunca mais fui à escola
sem lenço e sem documento,
eu vou
e eu nunca mais fui à escola
sem lenço e sem documento,
eu vou
Eu tomo uma coca-cola
ela pensa em casamento
e uma canção me consola
eu vou
ela pensa em casamento
e uma canção me consola
eu vou
Por entre fotos e nomes
sem livros e sem fuzil
sem fome, sem telefone
no coração do Brasil
sem livros e sem fuzil
sem fome, sem telefone
no coração do Brasil
Ela nem sabe até pensei
em cantar na televisão
O sol é tão bonito
eu vou
em cantar na televisão
O sol é tão bonito
eu vou
Sem lenço, sem documento
nada no bolso ou nas mãos
eu quero seguir vivendo, amor
eu vou
nada no bolso ou nas mãos
eu quero seguir vivendo, amor
eu vou
Por que não, por que não
Por que não, por que não
Por que não, por que não
Por que não, por que não
Por que não, por que não
Por que não, por que não
Por que não, por que não
Caetano Veloso: Cajuína
Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina
Caetano Veloso: Ciúme
Gal Costa
Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúme
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúme
O ciúme lançou sua flecha preta
E se viu ferido justo na garganta
E nem alegre nem triste nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
E se viu ferido justo na garganta
E nem alegre nem triste nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico vens de Minas
De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti, não me ensinas
E eu sou só, eu só, eu só, eu
Sei que o levas todo em ti, não me ensinas
E eu sou só, eu só, eu só, eu
Juazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas, na voz que canta tudo ainda arde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas, na voz que canta tudo ainda arde
Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê
Tanta gente canta, tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme
Caetano Veloso: Língua
CaetanoVeloso
Gosta de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixe os Portugais morrerem à míngua
“Minha pátria é minha língua”
Fala Mangueira!
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixe os Portugais morrerem à míngua
“Minha pátria é minha língua”
Fala Mangueira!
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
O que quer
O que pode esta língua?
Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas!
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas!
Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E – xeque-mate – explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Lobo do lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em ã
De coisas como rã e ímã
Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã
Nomes de nomes
Como Scarlet Moon de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé
e Maria da Fé
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E – xeque-mate – explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Lobo do lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em ã
De coisas como rã e ímã
Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã
Nomes de nomes
Como Scarlet Moon de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé
e Maria da Fé
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
O que quer
O que pode esta língua?
Se você tem uma idéia incrível é melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo meu medo
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria
Poesia concreta, prosa caótica
Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana
– Será que ele está no Pão de Açúcar?
– Tá craude brô
– Você e tu
– Lhe amo
– Qué queu te faço, nego?
– Bote ligeiro!
– Ma’de brinquinho, Ricardo!? Teu tio vai ficar desesperado!
– Ó Tavinho, põe camisola pra dentro, assim mais pareces um espantalho!
– I like to spend some time in Mozambique
– Arigatô, arigatô!)
Nós canto-falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem, que falem.
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo meu medo
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria
Poesia concreta, prosa caótica
Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana
– Será que ele está no Pão de Açúcar?
– Tá craude brô
– Você e tu
– Lhe amo
– Qué queu te faço, nego?
– Bote ligeiro!
– Ma’de brinquinho, Ricardo!? Teu tio vai ficar desesperado!
– Ó Tavinho, põe camisola pra dentro, assim mais pareces um espantalho!
– I like to spend some time in Mozambique
– Arigatô, arigatô!)
Nós canto-falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem, que falem.
Jards Macalé e Waly Salomão: Rua Real Grandeza
Jards Macalé
Ah vale a pena ser poeta
e escutar você torcer de volta a chave
na fechadura da porta
Abra volte e veja
Sou um cara sem saída
mas não se iluda com essa minha vida
Toda vez que avisto sua figura leviana
no pórtico do quarto
eu penso em dar um corte em quem me embroma
Sou forte abra volte
veja se me entende e me ama
Desde o berço conservo o mesmo endereço
Eu moro na rua Real Grandeza
abra abra a porta
volte e veja
Você não me engana
sozinho sem amor sem carinho
Não digo com certeza
mas posso me arruinar
Veja
jatos de sangue
espetáculos de beleza
Ah vale a pena ser poeta
e escutar você torcer de volta
a chave na fechadura
da porta.
Jards Macalé e Waly Salomão: Vapor barato
Gal Costa
Oh, sim, estou tão cansado
Mas não pra dizer que eu não acredito mais em você
Com minhas calças vermelhas, meu casaco de general
Cheio de anéis, eu vou descendo por todas as ruas
E vou tomar aquele velho navio
Eu não preciso de muito dinheiro
E não me importa, Honey
Baby, baby, honey baby...
Mas não pra dizer que eu não acredito mais em você
Com minhas calças vermelhas, meu casaco de general
Cheio de anéis, eu vou descendo por todas as ruas
E vou tomar aquele velho navio
Eu não preciso de muito dinheiro
E não me importa, Honey
Baby, baby, honey baby...
Oh, sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer que estou indo embora
Talvez, eu volte, um dia eu volto
Mas eu quero esquecê-la, eu preciso
Oh, minha grande, oh, minha pequena
Oh, minha grande, minha pequena obsessão
Eu vou embora naquele velho navio
E não me importa, honey,
Baby, baby, honey baby...
Mas não pra dizer que estou indo embora
Talvez, eu volte, um dia eu volto
Mas eu quero esquecê-la, eu preciso
Oh, minha grande, oh, minha pequena
Oh, minha grande, minha pequena obsessão
Eu vou embora naquele velho navio
E não me importa, honey,
Baby, baby, honey baby...
Adriana Calcanhotto e Waly Salomão: A fábrica do poema
Adriana Calcanhotto
sonho o poema de arquitetura ideal
cuja própria nata de cimento encaixa palavra por
cuja própria nata de cimento encaixa palavra por
palavra,
tornei-me perito em extrair faíscas das britas
e leite das pedras.
acordo.
e o poema todo se esfarrapa, fiapo por fiapo.
acordo.
o prédio, pedra e cal, esvoaça
como um leve papel solto à mercê do vento
e evola-se, cinza de um corpo esvaído
de qualquer sentido.
acordo,
e o poema-miragem se desfaz
desconstruído como se nunca houvera sido.
acordo!
os olhos chumbados
pelo mingau das almas e os ouvidos moucos,
assim é que saio dos sucessivos sonos:
vão-se os anéis de fumo de ópio
e ficam-me os dedos estarrecidos.
tornei-me perito em extrair faíscas das britas
e leite das pedras.
acordo.
e o poema todo se esfarrapa, fiapo por fiapo.
acordo.
o prédio, pedra e cal, esvoaça
como um leve papel solto à mercê do vento
e evola-se, cinza de um corpo esvaído
de qualquer sentido.
acordo,
e o poema-miragem se desfaz
desconstruído como se nunca houvera sido.
acordo!
os olhos chumbados
pelo mingau das almas e os ouvidos moucos,
assim é que saio dos sucessivos sonos:
vão-se os anéis de fumo de ópio
e ficam-me os dedos estarrecidos.
sinédoques, catacreses,
metonímias, aliterações, metáforas, oxímoros
sumidos no sorvedouro.
não deve adiantar grande coisa
permanecer à espreita no topo fantasma
da torre de vigia.
nem a simulação de se afundar no sono.
nem dormir deveras.
pois a questão chave é:
sob que máscara retornará o recalcado?
(mas eu figuro meu vulto
caminhando até a escrivaninha
e abrindo o caderno de rascunho
onde já se encontra escrito
que a palavra “recalcado” é uma expressão
por demais definida, de sintomatologia cerrada:
assim numa operação de supressão mágica
vou rasurá-la daqui do poema.)
pois a questão chave é:
metonímias, aliterações, metáforas, oxímoros
sumidos no sorvedouro.
não deve adiantar grande coisa
permanecer à espreita no topo fantasma
da torre de vigia.
nem a simulação de se afundar no sono.
nem dormir deveras.
pois a questão chave é:
sob que máscara retornará o recalcado?
(mas eu figuro meu vulto
caminhando até a escrivaninha
e abrindo o caderno de rascunho
onde já se encontra escrito
que a palavra “recalcado” é uma expressão
por demais definida, de sintomatologia cerrada:
assim numa operação de supressão mágica
vou rasurá-la daqui do poema.)
pois a questão chave é:
sob que máscara retornará?
Harold Arlen e Johny Mercer: One for my baby (and one more for the road)
Frank Sinatra
It's quarter to three,
There's no one in the place
There's no one in the place
except you and me,
So, set 'em up, Joe,
I've got a little story
So, set 'em up, Joe,
I've got a little story
you ought to know,
We're drinking, my friend,
To the end
We're drinking, my friend,
To the end
of a brief episode,
Make it one for my baby
and one more for the road.
Make it one for my baby
and one more for the road.
I got the routine,
So drop another nickel in the machine,
I'm feeling so bad,
I wish you'd make the music
So drop another nickel in the machine,
I'm feeling so bad,
I wish you'd make the music
dreamy and sad,
Could tell you a lot
But you've got to be
Could tell you a lot
But you've got to be
true to your code,
Make it one for my baby
and one more for the road.
Make it one for my baby
and one more for the road.
You'd never know it,
But buddy, I'm kind of a poet
And I've gotta lotta things to say.
And when I'm gloomy,
You simply got to listen to me,
Until it's talked away.
But buddy, I'm kind of a poet
And I've gotta lotta things to say.
And when I'm gloomy,
You simply got to listen to me,
Until it's talked away.
Well, that's how it goes
And Joe, I know you're getting anxious
And Joe, I know you're getting anxious
to close,
So thanks for the cheer,
I hope you didn't mind my bending your ear,
This torch that I've found,
Must be drowned or it soon might explode,
Make it one for my baby
And one more for the road.
So thanks for the cheer,
I hope you didn't mind my bending your ear,
This torch that I've found,
Must be drowned or it soon might explode,
Make it one for my baby
And one more for the road.
Marina Lima e Antonio Cicero: Alma caiada
Zizi Possi
Aprendi desde criança
que é melhor me calar
e dançar conforme a dança
do que jamais ousar
mas às vezes pressinto
que não me enquadro na lei:
minto sobre o que sinto
e esqueço tudo o que sei.
Só comigo ouso lutar:
sem me poder vencer,
tento afogar no mar
o fogo em que quero arder.
De dia caio minh’alma.
Só à noite caio em mim:
por isso me falta calma
e vivo inquieto assim.
Adriana Calcanhotto e Antonio Cicero
Adriana Calcanhotto
Não lhe peço nada
mas se acaso você perguntar
por você não há o que eu não faça
mas se acaso você perguntar
por você não há o que eu não faça
Guardo inteira em mim
a casa que mandei
um dia
pelos ares
e a reconstruo em todos os detalhes
intactos e implacáveis
a casa que mandei
um dia
pelos ares
e a reconstruo em todos os detalhes
intactos e implacáveis
Eis aqui
bicicleta, planta, céu,
estante, cama e eu:
logo estará
tudo no seu lugar
bicicleta, planta, céu,
estante, cama e eu:
logo estará
tudo no seu lugar
Eis aqui
chocolate, gato, chão,
espelho, luz, calção
no seu lugar
pra ver você chegar.
chocolate, gato, chão,
espelho, luz, calção
no seu lugar
pra ver você chegar.
Três
Marina Lima e Antonio Cicero
Marina Lima
Um:
Foi grande o meu amor
Não sei o que me deu
Quem inventou fui eu
Fiz de você meu sol
na noite primordial
e o mundo fora nós
se resumia a tédio e pó
quando em você
tudo se complicou.
Dois:
Se você quer amar
não basta um só amor
Não sei como explicar
Um só sempre é demais
pra seres como nós
sujeitos a jogar
as fichas todas de uma vez
sem temer
naufragar.
Não há lugar
pra lamúrias:
Essas não caem bem
Não há lugar
pra (calúnias)
mas por que não
nos reinventar?
Três
Eu quero tudo o que há:
O mundo e seu amor
Não quero ter que optar
Quero poder partir
Quero poder ficar
Poder fantasiar
sem nexo e em qualquer lugar
com seu sexo junto ao mar.
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